Nunca mais prêmio

A guerra entre os defensores e os opositores da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985) teve um confronto derradeiro que mobilizou menos de 40 combatentes de cada lado, foi silencioso — quase invisível — e durou 28 anos: de 1979 a 2007. Um conflito que extrapolou, assim, o próprio período da ditadura. A última batalha dessa guerra foi travada por dois livros. "Brasil: nunca mais" — a “bíblia” sobre a tortura praticada pelas Forças Armadas — e o menos conhecido "Orvil", a resposta do Exército, sobre a guerrilha e o terrorismo de esquerda.

Os bastidores dessa batalha, com detalhes de cortar o fôlego, estão agora reunidos no livro "OLHO POR OLHO: OS LIVROS SECRETOS DA DITADURA", do jornalista Lucas Figueiredo. Na obra, Figueiredo — com três Prêmios Esso de Jornalismo no currículo — revela toda a tensão dos seis anos de trabalho sigiloso do Brasil: nunca mais.
E traz à tona o Orvil, o livro de quase mil páginas que o Exército produziu para rebater o Brasil: nunca mais, mas que nunca foi publicado, tornando-se assim talvez o mais volumoso documento secreto das Forças Armadas. Depois de ter acesso a uma das quinze cópias sigilosas do Orvil, o jornalista constatou um fato impressionante: no livro secreto, o Exército confessa o envolvimento na morte de duas dúzias de presos e desaparecidos políticos.

0 comentários: