Médico global


Ao mesmo tempo em que estreia em Porto Alegre o filme A FLOR DO DESERTO, a capital gaúcha recebe, na segunda-feira, dia 28 de junho um homem que já realizou mais de 10 cirurgias por dia em jornadas de trabalho de 18 horas. Foi por ações como esta que o médico congolês Denis Mukwege tornou-se célebre. Ele já tratou mais de 21 mil mulheres vítimas de violência sexual durante os anos de guerra na República Democrática do Congo. Falará sobre sua experiência humanitária às 19h30, no Salão de Atos da UFRGS, em palestra no Fronteiras do Pensamento. Nascido em 1955, Mukwege é um dos nove filhos de um pastor pentecostal que visitava hospitais para rezar com os pacientes. Quando pequeno, acompanhava o pai nestas jornadas e, desde então, descobriu que gostaria de ajudar estas pessoas, não apenas espiritualmente, mas também na prática. Estudou medicina no Burundi e lá permaneceu no auxílio a mulheres grávidas. Muitas morriam porque demoravam a receber atendimento adequado ou eram transportadas em jumentos durante o trabalho de parto. Especializou-se em ginecologia no Centro Hospitalar Universitario de Angers, na França; retornou à África em 1989, onde trabalhou no Hospital de Lemera, mais próximo às mulheres que queria ajudar. Foi assim até 1996, quando a guerra civil no país destruiu o local. Mukwege sobreviveu e se instalou em Bukavu, onde fundou o Hospital de Panzi – ele ainda é o diretor do local. Lá, se especializou no atendimento a mulheres vítimas de violência sexual, algo muito comum nas regiões africanas devastadas pela guerra. É a maior autoridade do mundo em reparação interna de genitais femininos. Também coordena programas de HIV/AIDS na província de Kivu Sul.

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