Fergie e Mikhail


Em um espaço de poucos dias entre um show e outro, presenciar a magia de Mikhail Baryshnikov e sua dança hipnótica e a energia tecno solciológica do Black Eyed Peas da Fergie e Cia faz pensar sobre o atual contexto em que transita a cultura e suas manifestações neste mundo de transformações cada vez mais velozes. Em determinados momentos, por incrivel que possa parecer, os dois shows se encontram... não tanto em estética, mas em energia e proposta de unir um discurso de arte às possibilidades tecnológicas. Baryshnikov dançou com ele mesmo (anos mais jovem projetado no telão ao fundo do palco)... e interagiu com aquele jovem bailarino... Fergie e seus colegas não pouparam tecnologia em explosões de cores e formas, contracenando com suas imagens em telas hipermidiáticas e de um fascínio técnico exuberante.

O colombiano Juanes conversou com seu conterrâneo Taboo, em imagem multicolorida, introduzindo um regaaeton potente... Frente a tudo isso há um mundo rico em análises sociológicas, comportamentais, comunicacionais e estético culturais... abertas para aqueles se dizem estudiosos dos fenômenos humanos, em todos os tempos, lugares e latitudes... Dos 62 anos de Baryshnikov aos quarentões do Black Eyed Peas, décadas de arte, umas mais perenes, outras mais "indústria cultural"... mas, com público certo.. que lotou e fez faltar ingressos para o bailarino vivo mais importante do mundo... e que foi aos milhares na noite do último sábado no estacionamento da Fiergs... dez mil gritos ecoando na modernidade líquida...onde até a perenidade é transitória...

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